Pelo Comité Editorial Blog Ividador

infertilidade masculina

Causas da infertilidade masculina

A infertilidade masculina pode, muitas vezes, colocar em risco o sonho de ser pai. No entanto, felizmente, existem tratamentos e alternativas disponíveis que permitem que os homens tenham um filho sem recurso aos seus próprios espermatozoides. No entanto, é importante perceber o que causa infertilidade masculina, que se define como a incapacidade de o homem […]

A infertilidade masculina pode, muitas vezes, colocar em risco o sonho de ser pai. No entanto, felizmente, existem tratamentos e alternativas disponíveis que permitem que os homens tenham um filho sem recurso aos seus próprios espermatozoides. No entanto, é importante perceber o que causa infertilidade masculina, que se define como a incapacidade de o homem produzir espermatozoides em quantidade ou qualidade suficientes para que consigam fecundar o óvulo e gerar uma gravidez.

 

Qualidade do sémen

A principal causa de infertilidade masculina prende-se com a qualidade do sémen. De facto, de acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR), a maioria dos casos deve-se à qualidade insuficiente dos espermatozoides. O homem pode ser infértil devido ao reduzido número de espermatozoides produzido, mas também devido à fraca mobilidade dos espermatozoides, devido a problemas morfológicos dos mesmo que dificultam a sua capacidade de fecundação, ou, em último caso, a total ausência de espermatozoides. Estes problemas podem ser o resultado de fatores genéticos ou hormonais, ou derivarem de infeções, lesões ou intervenções cirúrgicas nos genitais.

 

Fatores de risco

Os problemas na qualidade ou quantidade dos espermatozoides são assintomáticos. Na maioria das vezes, o homem desconhece que existe qualquer anomalia até tentar conseguir uma gravidez com uma parceira.

Apesar de não existirem sintomas, existem fatores de risco que podem interferir na saúde e desempenho dos espermatozoides e que podem ser o que causa infertilidade masculina. De uma forma geral, a capacidade de reprodução masculina pode ser influenciada por hábitos de vida como fumar, ingerir bebidas alcoólicas em excesso, uso de drogas ou ter excesso de peso. Um estilo de vida que incorpore estes hábitos contribui para a diminuição da produção e da qualidade dos espermatozoides. Além de poder estar relacionada com os hábitos de vida, a infertilidade masculina também pode ser uma consequência da varicocele, um tipo de variz que surge nos testículos e  prejudica a produção dos espermatozoides.

 

Hábitos de vida

O estilo de vida pode diminuir consideravelmente a capacidade reprodutiva do homem. A obesidade, o tabagismo e o consumo frequente de álcool podem causar alterações metabólicas e hormonais. Estas alterações podem diminuir a capacidade de produção de espermatozoides saudáveis. O tabaco prejudica a mobilidade dos espermatozoides e reduz o volume das ejaculações. O álcool causa desequilíbrios hormonais, o que leva a uma diminuição dos níveis de testosterona e da qualidade do esperma. O consumo de drogas ilícitas, como a cocaína e a heroína, tem impacto sobre a morfologia e a quantidade de espermatozoides. O excesso de peso contribui para o desenvolvimento de doenças crónicas, como a diabetes, e para uma baixa qualidade e quantidade de espermatozoides.

Adicionalmente, os níveis de stress e ansiedade em excesso provocam muitas vezes desregulações hormonais e podem causar a diminuição da libido sexual e perdas de ereção. Um nível de stress elevado leva à diminuição da quantidade de esperma produzido. Também o sedentarismo tem efeitos negativos na fertilidade masculina. A falta de exercício físico afeta a qualidade e a concentração dos espermatozoides.

Existem ainda outras situações relacionadas com o dia a dia que podem causar problemas de fertilidade, como por exemplo, a exposição a substâncias tóxicas em contexto de trabalho. A exposição a metais e substâncias tóxicas, solventes orgânicos e outras substâncias químicas tóxicas comprometem a qualidade dos espermatozoides. Por outro lado, também o excesso de calor afeta a qualidade do sémen. De facto,  os testículos devem manter uma temperatura mais baixa que o resto do corpo, entre três a quatro graus. Por último, o uso de drogas injetáveis, como anabólicos para ganho de massa muscular, pode levar à diminuição do tamanho dos testículos e, consequentemente, diminuir a produção de espermatozoides.

 

Aparelho reprodutor

A varicocele é apontada como o fator que causa infertilidade masculina mais frequentemente. Esta condição corresponde à dilatação das veias do testículo, levando à acumulação de sangue e ao aumento da temperatura local, o que prejudica a  produção de espermatozoides. Por outro lado, infeções no aparelho reprodutor masculino podem atingir os testículos e prejudicar o processo de produção de sémen.

 

Problemas genéticos

A infertilidade masculina pode ser consequência de problemas genéticos que levam a que o homem não produza espermatozoides ou que produza espermatozoides numa quantidade demasiado reduzida, não permitindo a fecundação do óvulo da mulher de forma orgânica.

A total ausência de espermatozoides na ejaculação  denomina-se por azoospermia e pode acontecer porque os testículos não produzem espermatozoides ou porque os canais estão obstruídos. A produção de um número muito reduzido de espermatozoides é outra das consequências possíveis de problemas genéticos. De uma forma geral, os homens expelem mais de 100 milhões de espermatozoides em cada ejaculação. Quando um homem produz menos de 20 milhões de espermatozoides, os seus níveis de fertilidade são significativamente reduzidos e a probabilidade de engravidar a parceira é muito reduzida.

A mobilidade dos espermatozoides também é um fator importante na fertilidade masculina. Se mais de 50% dos espermatozoides não se moverem de forma adequada considera-se que o esperma tem mobilidade reduzida, uma condição denominada de astenospermia ou astenozoospermia. Por outro lado, a morfologia dos espermatozoides também é importante. O esperma é considerado normal se tiver mais de 15% de espermatozoides morfologicamente normais, caso contrário estamos perante uma teratospermia ou teratozoospermia. Quando os espermatozoides não têm uma morfologia normal são considerados não fecundantes e, como tal, um dos fatores que causa infertilidade masculina.

Espermograma

Para diagnosticar a infertilidade masculina deve ser realizado um espermograma. Este exame permite avaliar a concentração, a mobilidade, a morfologia e a resistência dos espermatozoides. Em determinadas situações pode ser necessário um estudo hormonal ou genético. Quando não existem espermatozoides presentes no sémen, pode ser necessário realizar uma biópsia testicular para verificar se existe produção de espermatozoides. Após a análise do esperma e das possíveis causas de infertilidade, o tratamento da infertilidade é realizado de acordo com a causa do problema e pode consistir em medicação, inseminação artificial, cirurgia, reprodução assistida ou uma combinação de várias técnicas. A Associação Portuguesa de Fertilidade (APF) recomenda procurar ajuda médica para um diagnóstico correto, se o casal não conseguir engravidar após um ano de atividade sexual desprotegida ou, no caso da mulher ter 35 anos ou mais, após 6 meses de tentativa de conceber.

 

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