Os sintomas de ansiedade podem-se manifestar tanto a nível físico como psicológico. A nível mental e psicológico os sintomas podem surgir na forma de pensamentos negativos, insegurança, preocupação ou medo. A nível físico, os sintomas podem traduzir-se numa sensação de aperto no peito, suores ou tremores. Na maioria das vezes, surgem vários sintomas ao mesmo tempo que combinam manifestações físicas e psicológicas. Um exemplo deste fenómeno é a compulsão alimentar.
Tabela de conteúdos
Sintomas de ansiedade
Os sintomas de ansiedade podem manifestar-se fisicamente através de taquicardia, falta de ar, tremores, dores de barriga ou boca seca, entre outros possíveis sinais. Os sintomas psicológicos são os que mais afetam a relação de cada pessoa com a alimentação.
Alguns sintomas psicológicos podem ser a presença de preocupações exageradas, medos irracionais ou a falta de controlo sobre os pensamentos. No caso de existir um excesso de preocupação, a pessoa dificilmente consegue relaxar e encontra-se num constante estado de tensão. No que diz respeito a medos irracionais, trata-se de um receio permanente de que qualquer coisa negativa pode acontecer, a qualquer momento. Por último, quando uma pessoa não consegue controlar os seus pensamentos negativos começa a pensar de forma obsessiva em cenários hipotéticos negativos.
Para combater estes sintomas, e conseguir um alívio momentâneo das suas pressões com as quais estão a lidar interiormente, muitas pessoas recorrem à comida. O prazer gerado pelo consumo de determinada refeição, ou alimento, pode despoletar um sentimento de segurança e tranquilidade, embora de muito curta duração.
Importa notar que é normal que ocorram sintomas de ansiedade de forma ocasional, como resposta a situações consideradas stressantes. No entanto, quando os sintomas estão presentes de uma forma constante, podendo ocorrer diariamente, e a situação se prolonga por vários meses, é necessário consultar um médico especialista para avaliar a situação e, se necessário, iniciar o tratamento mais adequado.
Alimentação e emoção
Vários estudos já permitiram demonstrar que o estado emocional de um indivíduo afeta, de forma positiva ou negativa, a sua alimentação. Para alcançar um peso saudável é necessário não só prestar atenção aos nutrientes ingeridos, mas também ao comportamento e hábitos alimentares.
A comida tem, muitas vezes, um efeito de prazer, nomeadamente quando são ingeridos alimentos ricos em gordura e açúcar. Este tipo de alimentos ativam o ciclo de recompensa do cérebro e libertam dopamina e serotonina. O consumo destes alimentos não é prejudicial quando moderado. No entanto, quando uma pessoa se encontra num estado de ansiedade, as gorduras e os açúcares são ingeridos em quantidades excessivas, sem controlo e quando nem se sente fome.
Nesta situação, a pessoa não está a alimentar-se de forma consciente e este comportamento pode começar a afetar de forma negativa a saúde física, levando por exemplo, a um problema de excesso de peso. Esta situação pode, por sua vez, agravar o estado emocional por criar insatisfação com a aparência física e existe uma tendência para aderir a métodos radicais para emagrecer, o que causa novos problemas nutricionais.
Formas de combater a ansiedade
Existem alguns hábitos que podem ajudar a combater a ansiedade. No entanto, é fundamental consultar um médico especialista para obter o devido acompanhamento, combater e ultrapassar os sintomas de ansiedade.
Um dos primeiros passos para combater a ansiedade, é a adoção de hábitos de vida saudáveis e ocupações ou passatempos não relacionados com comida. Podem ser tomadas pequenas e simples ações como cuidar de plantas, ouvir música, ler um livro, caminhar, dançar ou andar de bicicleta, por exemplo. A par destas ações é importante procurar acompanhamento psicológico e nutricional.
Compulsão alimentar
Um dos principais problemas que podem ocorrer devido a uma má relação com a comida é a compulsão alimentar que pode ter como causa crises de ansiedade, mas também pode acontecer devido a problemas hormonais ou dietas muito restritivas. Este transtorno psicológico está muitas vezes associado a um sentimento de perda que leva a que uma pessoa sinta a necessidade de comer muito e muito rápido, mesmo quando não sente fome. Esta condição pode resultar no ganho de peso e no desenvolvimento de outros problemas físicos e emocionais como depressão ou bulimia.
Sintomas da compulsão alimentar
A compulsão alimentar é, essencialmente, caracterizada por comer de forma exagerada. Quando uma pessoa sofre deste problema, ingere grandes qualidades de comida, come demasiado rápido e tem dificuldade em parar de comer. Outro sinal relacionado com este transtorno psicológico é comer às escondidas.
Devido a uma alimentação descontrolada e pouco saudável, é comum que uma pessoa que sofra de compulsão alimentar também exiba outros problemas de saúde como diabetes, deficiências nutricionais e problemas respiratórios e cardiovasculares.
Tratamento para a compulsão alimentar
Para um tratamento seguro e eficaz da compulsão alimentar, esta precisa de ser devidamente identificada e diagnosticada por um profissional de saúde. O tratamento deve ser realizado com o apoio de um psicólogo e orientação nutricional.
Um dos principais passos para se conseguir um tratamento bem-sucedido desta compulsão é a identificação da razão que a desencadeou e trabalhar este aspeto em sessões de terapia. Para além de terapia, ou acompanhamento psicológico, também é importante complementar o tratamento com medicação, sempre que necessário. A medicação pode ser necessária para regular a função hormonal e, assim, diminuir os sintomas que provocam fome física e emocional e, consequentemente, ansiedade e depressão. Por sua vez, o acompanhamento nutricional é fundamental para orientar cada indivíduo no que diz respeito ao tipo de alimentação que deve fazer, ou seja, o que deve comer e quando comer.
Normalmente, as pessoas que sofrem de ansiedade sentem vários sintomas ao mesmo tempo. Embora as causas da ansiedade ainda não sejam totalmente conhecidas, conhecem-se alguns fatores que contribuem para o aparecimento deste problema. Em alguns casos, o motivo pode ser uma predisposição genética ou outros fatores biológicos como alterações em neurotransmissores e áreas específicas no cérebro responsáveis pelas emoções. Em outros casos, a ansiedade é despoletada por fatores ambientais ou psicológicos como determinadas situações familiares, de trabalho ou financeiras que provocam elevados níveis de stress.
Se sentes algum sintoma de ansiedade, a nível físico ou psicológico, consulta um médico especialista para obter um diagnóstico correto e, se necessário, um plano de tratamento.