De uma forma geral, os rapazes iniciam a sua vida sexual mais cedo do que as raparigas. Para os rapazes, perder a virgindade, concretizando o ato sexual masculino, é visto como uma conquista pessoal, celebrada pelos pares.
É frequente os jovens sentirem pressão por parte dos seus amigos e até através dos media, de uma forma mais ou menos explícita. No entanto, é importante saber que não existe uma idade ou momento correto para perder a virgindade. Cada pessoa tem o seu próprio timing, condicionado pelas suas próprias experiências, o seu ambiente social e a sua maturação pubertária e sexual.
Tabela de conteúdos
Maturação sexual
Existem diferenças assinaláveis no que se refere à maturação pubertária masculina e feminina. As raparigas começam a desenvolver características do foro sexual a partir dos oito anos de idade. O fator mais visível desta maturação é o desenvolvimento e crescimento dos seios. Já os rapazes começam o seu desenvolvimento com cerca de 10 anos de idade. No caso masculino, a primeira característica é, normalmente, o aumento do volume dos testículos.
Estas diferenças de cariz biológico têm implicações a nível social. De uma forma geral, na sociedade ocidental, a comunicação acerca da sexualidade foca-se maioritariamente no ciclo reprodutor feminino. Não é dado ênfase ou o mesmo nível de importância ao equivalente masculino.
A aprendizagem sobre a virgindade, as transformações físicas e o ato sexual masculino são, frequentemente, colocadas em segundo plano em relação ao sistema reprodutivo feminino. Isto leva a uma pressão social sobre as raparigas para que estas se responsabilizem sobre a sua capacidade reprodutiva e, consequentemente, existe um maior controlo sobre as atividades e relações sociais femininas, comparativamente com os rapazes, que gozam de uma maior liberdade durante a puberdade.
Perda da virgindade
Existem vários estudos realizados a nível europeu que colocam a idade média para a primeira relação sexual entre os 17 e os 19 anos.
No entanto, verifica-se que a nível global, nas gerações mais recentes, os jovens tendem a iniciar a sua vida sexual mais cedo, entre os 15 e 16 anos de idade. Contudo, esta média varia bastante quando são analisadas diferentes regiões dentro do mesmo país ou diferentes ambientes e estatutos sociais e económicos.
De uma forma geral, os estudos realizados apontam para uma maior precocidade no início da vida sexual em países menos industrializados ou entre jovens que residem em regiões rurais. O nível de educação e o rendimento económico também influenciam a idade média em que os jovens perdem a virgindade. Os adolescentes com menos recursos económicos e um nível de escolaridade mais baixo são, normalmente, expostos a comportamentos de cariz sexual mais cedo do que os jovens com um nível socioeconómico mais elevado.
Os estudos realizados em Portugal sugerem que a população portuguesa segue o mesmo padrão no que diz respeito ao início da vida sexual.
Pressão social
Muitas vezes, o início da vida sexual está intrinsecamente associado ao estatuto social dos rapazes no seu grupo de amigos e pares. São incentivados a ter a sua primeira experiência o mais cedo possível, de forma a afirmar a sua identidade enquanto homens.
Os estudos realizados evidenciam que os rapazes perdem a virgindade mais cedo do que as raparigas. De uma forma geral, é ainda referido que a primeira experiência sexual não está, muitas vezes, associada a uma relação amorosa, mas sim à disponibilidade da parceira. Os rapazes focam-se em ter várias parceiras sexuais tão cedo quanto possível. Por sua vez, as raparigas preferem iniciar a sua vida sexual no contexto de uma relação afetiva, com um parceiro com o qual mantêm uma relação amorosa.
A perda da virgindade é vista como um ritual de passagem. Os atos sexuais praticados são, muitas vezes, partilhados e descritos pelos rapazes no seu grupo de amigos com orgulho, equiparados a uma proeza. Já a inexperiência, dúvidas e receios associados são frequentemente escondidos ou ignorados.
Este tipo de pressão, acompanhado por falta de informação e de educação sexual, é prejudicial para os rapazes e respetivas experiências sexuais. A ânsia de perder a virgindade, de não desperdiçar a oportunidade de praticar um ato sexual, independentemente do contexto relacional em que se proporciona, pode levar à adoção de comportamentos de risco. Os comportamentos preventivos no que diz respeito à saúde sexual e reprodutiva são ignorados. Adicionalmente, o início da vida sexual não assenta numa relação de afetividade recíproca e comunicação entre parceiros, que molda as relações tradicionais na nossa sociedade, o que implica um menor amadurecimento masculino nas relações amorosas futuras.
Ato sexual masculino
A resposta sexual masculina reparte-se em 3 fases: excitação, orgasmo e resolução. A perda da virgindade masculina está associada às alterações físicas associadas a cada uma destas fases.
Excitação
A ereção é o primeiro e o mais óbvio sinal de excitação sexual. O sangue aflui ao pénis de forma mais rápida e em maior quantidade, o que provoca o seu crescimento. Com o aumento do nível de excitação aumentam também as respostas físicas, nomeadamente, o batimento cardíaco, a produção de suor, o aumento dos testículos e respiração ofegante. Na fase de excitação pode haver a expulsão de líquido pré-ejaculatório (com espermatozoides vivos) o que pode causar uma gravidez e contágio de uma infeção sexualmente transmissível.
Orgasmo
O orgasmo é o culminar do ato sexual, é a fase mais curta e a mais intensa. Consiste numa reação física que provoca contrações musculares e sensações de prazer em todo o corpo. No momento do orgasmo a respiração e os batimentos cardíacos tornam-se mais rápidos e o tamanho do pénis aumenta ainda um pouco mais, pois existe uma intensificação do fluxo sanguíneo, relativamente à fase de excitação. A ejaculação é provocada pela contração das vesículas seminais, da parte superior dos vasos deferentes e da próstata. Importa notar que o homem pode atingir o orgasmo e não ejacular.
Resolução
Esta fase consiste na reversão das alterações ocorridas para o estado inicial, antes da excitação. Os homens perdem, progressivamente, a ereção até chegarem a um estado de flacidez. Os testículos também voltam ao seu tamanho inicial e a respiração e o batimento cardíaco regressam aos níveis habituais.
Como referido anteriormente, não existe uma idade ideal para experimentar pela primeira vez estas reações fisiológicas. A resposta masculina a estímulos sexuais evolui de forma gradual e a perda da virgindade, assinalada pelo primeiro ato sexual, deve estar adequada à maturidade física e psicológica de cada indivíduo.