A gonorreia é uma Infeção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Esta infeção é transmitida de pessoa para pessoa através de relações sexuais desprotegidas. Uma das principais e mais graves consequências das IST (infeções sexualmente transmissíveis) é a possibilidade de causar infertilidade. A gonorreia é muitas vezes assintomática (nas mulheres), especialmente logo após a contaminação e na sua fase inicial. Como tal, é normal que exista alguma demora na identificação de alterações que levem à procura de aconselhamento médico, aumentando a possibilidade de contágio de um parceiro. Esta demora em identificar os sintomas é um dos principais fatores que contribuem para o aumento do risco de infertilidade devido a uma IST. A prevenção destas infeções é feita com o uso regular de preservativos.
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Gonorreia
A gonorreia é transmitida no sexo vaginal, anal e oral sem proteção. Esta infeção sexualmente transmissível é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e pode atingir qualquer pessoa. No entanto, os homens e mulheres com idade até os 25 anos são considerados os mais suscetíveis de contrair esta infeção bacteriana.
Esta é normalmente uma doença assintomática nas mulheres, mas de fácil identificação nos homens. O tratamento é feito através de antibióticos. Após o tratamento a infeção é curada, mas não se cria imunidade e a reinfeção é possível.
Sintomas
Nos homens, os primeiros sintomas de infeção aparecem, normalmente, entre dois a sete dias a contar a partir da infeção. Os principais sinais a que os homens devem estar atentos são dor e ardor ao urinar e uma secreção branca-amarelada, semelhante a pus, que sai pela uretra. Outros sintomas possíveis são febre baixa, inflamação da uretra e vontade frequente de urinar. Também é possível que a gonorreia cause dores de garganta, no caso de ter havido relação sexual oral, ou inflamação no ânus, no caso de ter havido relação anal desprotegida.
Diagnóstico
De uma forma geral, a gonorreia não é diagnosticada através de exames de rotina. Como tal, qualquer pessoa sexualmente ativa que teve sexo sem proteção ou que tenha múltiplos parceiros deve solicitar ao seu médico a realização de testes específicos para identificar a doença.
Nos homens, a presença de sinais como corrimento uretral, no caso de infeção da uretra, deve levar à avaliação dos sintomas por parte de um médico que, para além da observação dos sintomas, deve complementar o diagnóstico com a realização de análises. Em qualquer caso, se existe suspeita da presença de gonorreia, quer o paciente tenha sintomas ou não, o diagnóstico requer a realização de análises para identificação da bactéria Neisseria gonorrhoeae por cultura ou amostra recolhida na uretra, no ânus ou na orofaringe, ou em amostras de urina. Adicionalmente, as infeções simultâneas, ou coinfeções, por VIH, sífilis e clamídia são frequentes, pelo que também deve ser feito o rastreio aos agentes infeciosos destas doenças e infeções.
Tratamento
O tratamento para a gonorreia é realizado por meio de antibióticos, que devem ser receitados por um médico especialista. Durante a duração do tratamento, é recomendado que o homem não tenha relações sexuais durante toda a toma da medicação e que o tratamento seja também realizado por todos os parceiros sexuais de forma a evitar o risco de reinfeção.
O tratamento da gonorreia é essencial para, em primeiro lugar, curar a infeção, e em segundo, para cortar a cadeia de transmissão da bactéria. O tratamento também permite evitar o avanço da doença no organismo que, caso não seja travado, pode ter como resultado a infertilidade. É importante notar que, caso a infeção não seja tratada corretamente ou se o paciente não tomar a medicação de forma correta e durante o tempo indicado, a infeção volta a manifestar-se, potencialmente num quadro mais grave. Como tal, é aconselhada a realização de um novo rastreio após dois ou três meses após o tratamento, para confirmar que a infeção está curada. É importante notar que o tratamento da gonorreia não causa imunidade, ou seja, é possível que o paciente seja novamente infetado (e continue a infetar outros) se se expuser a fatores de risco.
Prevenção
A melhor forma de prevenção da gonorreia é a utilização de preservativo (masculino ou feminino) durante todas as atividades sexuais.
Gonorreia e infertilidade
As IST (infeções sexualmente transmissíveis) são um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de infertilidade conjugal.
No caso dos homens, a gonorreia não tratada pode levar à inflamação do epidídimo, um pequeno tubo espiral na parte traseira dos testículos onde estão localizados os ductos espermáticos. Esta inflamação, denominada epididimite, é tratável, mas quando o tratamento não é realizado, pode levar à infertilidade. A gonorreia também pode provocar orquite, isto é, a inflamação dos testículos. Quando existe inflamação dos testículos, a produção de espermatozoides é afetada, bem como a passagem dos espermatozoides para o canal deferente, o que prejudica a fertilidade masculina.
No caso das mulheres, a gonorreia pode atingir o útero e as trompas de Falópio, causando a Doença Inflamatória Pélvica, o que pode causar cicatrizes nas trompas de Falópio, complicações em caso de gravidez e, nos casos mais graves, infertilidade.
Nos casos em que, mesmo após o tratamento da gonorreia, o casal continua a ter dificuldades para engravidar, a reprodução assistida pode ser a solução. A FIV (fertilização in vitro) é a técnica que se considera mais adequada, sendo indicada para os casos em que as trombas ou o epidídimo estão obstruídos.
O risco de infeção pela bactéria Neisseria Gonorrhoeae que causa a gonorreia é de cerca 20% para o homem e 80% para a mulher, no caso de uma exposição única, ou seja, uma só relação sexual desprotegida. No entanto, no caso de exposição contínua, o risco de infeção aumenta para 80% para o homem e 90% para a mulher. As causas de infertilidade do casal podem estar relacionadas com a anatomia e o funcionamento dos sistemas reprodutores, mas também com fatores externos, como a presença de gonorreia ou qualquer outra infeção sexualmente transmissível. Se pensas que podes ter uma IST, consulta um médico especialista para um diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado, caso seja necessário.
